Recebi um e-mail com texto de Arnaldo Jabour, o cara é fera! Talvez ele consiga colocar em palavras o que muitos gostariam de dizer... me identifico muito com seu jeito rude, irônico e questionador de escrever, por isso leio sempre suas críticas por maiores que sejam( e geralmente são grandes sim!). Neste caso ele fala sobre os relacionamentos, ou a falta deles, nesse mundo moderninho, onde pessoas tem vergonha de romantismo e acham que um dia ninguem vai descobrir o photoshop da foto do orkut... Comenta que ser bobo o bastante pra rirmos de nós mesmos, não significa necessariamente sermos mais ou menos que alguem com cara de bunda ( pra mim é ser mais, com ctz!)...
'Estamos com fome de amor'
(Arnaldo Jabor)
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas.
Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos 'personal dance', incrível! E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão 'apenas' dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a 'sentir', só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos, como o ORKUT, o número que comunidades como: 'Quero um amor pra vida toda!', 'Eu sou pra casar!' até a desesperançada 'Nasci pra ser sozinho!' unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos.
Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas e aceitar essa verdade de cara limpa.Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, dèmodé, brega.Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí?Seja ridículo, não seja frustrado, 'pague mico', saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois.Quem disse que ser adulto é ser ranzinza?? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, nem há porque lembrar. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém:
'vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida'.
Um comentário:
Nas últimas épocas, estavam circulando vários textos que falavam: 'autoria de Arnaldo Jabor', porém, era fácil de reparar que não eram originais do Mr. Jabor.
Não sou de acompanhar semanalmente ou diariamente os textos dele, mas o senhor é inteligente.
Agradeço o 'acompanhamento', srta Lorena, retribuirei o link também.
Seja bem vinda aos coligados preimobil.
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